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Esgarçamento do tecido social e a barbárie

busca pela justiça
Tivemos todos os motivos para esquecer o ano que passou (2016) e festejar o ano novo (2017), mas parece que o ano não acabou, seria apenas uma desastrosa segundo versão do "Annus horribilis" que encerrou em 31 de dezembro.


Eu me lembro de que quando estava na universidade (meio e final dos anos 80) quando ouvi a expressão de “esgarçamento do tecido social” que era utilizada para refletir que os índices crescentes de exclusão social estavam destruindo a possibilidade de uma sociedade sustentável. 

A imagem de “tecido” é muito interessante já que os membros da sociedade estão ligados de forma múltipla (como os fios do tecido) pelas cidades, trabalho, educação, valores etc. O oposto disso é o “cada um para si” onde os fios vão se separando e o tecido se “esgarça”. 

Sim, eu estudei Sociologia e Filosofia em meu curso de Administração de Empresas, assim como tive, quem é dos anos 80 vai entender, Estudos dos Problemas Brasileiros como cadeiras obrigatórias a todos os cursos e universidades (eram duas). 

Voltando ao nosso ano, visualizamos muitos "hematomas sociais" derivados de nosso papel de "juiz sumário", onde tornamos posição e cobramos justiciamento para delitos graves. 

Perdemos a capacidade de abstração e pelas dores sociais que carregamos, exigimos soluções rápidas e definitivas, esquecendo que somos todos atores na sociedade que construimos, somente vendo nossa versão dos fatos, agindo de maneira restrita às nossas verdades.

Não queremos "ventos da mudança" que não nos beneficie e apenas à aqueles que compartilhem nossa opinião. 

Os recentes fatos de troca de prefeitos mostram que a justiça social é cega, obtusa e vingativa, como o caso de uma prefeitura do Estado de Tocantins, que não deixou nada registrados sobre atividades, mobiliário, senhas de computadores, tudo porque a prefeita não tinha sido reeleita e decidiu "vingar-se" da população.

E isto sem falar do massacre da prisão no Amazonas, das rebeliões e motins  pelo Brasil afora. 

Enquanto as "dores sociais" causados pelos "hematomas" falarem mais alto, nada parece plausível de ser feito? Ou os atores desceram de suas "togas" para arrumarem a bagunça?

Fica a dúvida.

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